Há cerca de dois anos, Wuhan, na China, foi o local em que surgiram os primeiros relatos de casos do novo coronavírus. A doença se alastrou pelo mundo e, até hoje, muitos estudiosos buscam descobrir a origem do vírus. Três novos estudos publicados em preprint na última semana (um na sexta-feira, 25, e dois no sábado, 26) reforçaram mais uma vez o Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan como o local em que o vírus se originou.
“Análises fornecem evidências inequívocas para o surgimento da Sars-Cov-2 por meio do comércio de animais selvagens vivos e identificam o mercado Huanan como o epicentro claro da pandemia da covid-19”, afirmaram os pesquisadores, em um dos estudos. Conforme os cientistas, o vírus SARS-CoV de morcegos teria sido transmitido para algum mamífero que era vendido no mercado, como cães-guaxinim, texugos e raposas.
“Nossos próprios estudos experimentais mostram que os cães-guaxinins são suscetíveis ao Sars-Cov-2 sem ficarem gravemente doentes, mas podem passar o patógeno para os animais de contato”, explicou o presidente do Instituto Friedrich Loeffler, Thomas Mettenleitner.
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ESTUDOS DESCARTAM ORIGEM DE COVID-19 DE VAZAMENTO DO VÍRUS DE UM LABORATÓRIO
Os estudos apontam que a covid-19 é uma zoonose – ou seja, um vírus de origem animal que foi transmitido para o ser humano. Em um dos estudos, houve uma pesquisa sobre as linhagens A e B da doença.
“A primeira transmissão zoonótica provavelmente envolveu vírus da linhagem B e ocorreu no final de novembro/início de dezembro de 2019 e não antes do início de novembro de 2019, enquanto a introdução da linhagem A provavelmente ocorreu semanas após o primeiro evento. Essas descobertas definem a estreita janela entre quando o SARS-CoV-2 saltou pela primeira vez para os humanos e quando os primeiros casos da covid-19 foram relatados“, explicaram os pesquisadores.