Pesquisadores canadenses identificaram o primeiro caso em que um cervo transmitiu coronavírus para um ser humano. O estudo, publicado na plataforma BioRxiv, em preprint, ainda não foi revisado por pares, mas chama atenção para uma questão importante: a necessidade de uma maior vigilância na vida selvagem para evitar o surgimento de mutações do vírus.
“Nossas descobertas representam a primeira evidência de uma linhagem altamente divergente de SARS-CoV-2 em cervos de cauda branca e de transmissão de cervos para humanos”, destacaram os pesquisadores, no estudo. Esse é um caso raro, já que, como os cientistas relataram, há evidência de transmissão da doença de humanos para animais selvagens, como os veados de cauda branca (Odocoileus virginianus), na América do Norte.
Os cientistas realizaram uma vigilância da covid-19 no ambiente selvagem no Canadá, e identificaram uma nova linhagem, com 76 mutações de consenso, “incluindo 37 previamente associadas a hospedeiros animais não humanos, 23 dos quais não foram relatados anteriormente em cervos”.
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PESQUISADORES CANADENSES NÃO ENCONTRARAM OUTROS CASOS DE TRANSMISSÃO DE COVID-19 DE CERVOS PARA HUMANOS
Após verificar o sequenciamento genético do patógeno, os pesquisadores canadenses não identificaram outro caso de um cervo transmitindo o vírus para humanos. O caso que eles encontraram é considerado isolado. Mas, a agência de saúde pública do país emitiu um comunicado de cuidado: “Até sabermos mais, as pessoas que caçam, prendem ou trabalham de perto ou lidam com a vida selvagem devem tomar precauções para evitar a propagação potencial do vírus”.
Ainda, um dos autores do estudo e professor assistente da Universidade de Dalhousie, Finlay Maguire, disse à CBC que esse ocorrido não é para causar alarme, embora “levante uma bandeira vermelha”.