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Cirurgias plásticas para pálpebras caídas, nariz e queixo batem recorde na pandemia; médico explica o motivo

Médico fala sobre as cirurgias mais buscadas para o tratamento facial

Cirurgias plásticas para pálpebras caídas, nariz e queixo batem recorde na pandemia; médico explica o motivo – Foto de cottonbro no Pexels

Contrariando as expectativas mais otimistas do início da pandemia de Covid-19, as cirurgias plásticas estão – e continuaram – a todo vapor desde o início da quarentena.

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Enquanto a normalidade é a luz distante do fim do túnel, as pessoas decidiram preservar a autoestima e apostar em procedimentos para renovar a aparência, nesse momento. Consultamos o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS), para falar mais sobre os cinco principais motivos que têm levado mais pessoas a apostar nas cirurgias plásticas nesse momento:

Efeito Zoom

Em meio a todo o estresse e ansiedade, muitos pacientes relatam crises com as próprias aparências físicas. Muitos foram forçados a passar horas em videoconferências com iluminação ruim, ângulos infelizes e recortes estranhos, expondo características que nunca notaram antes. “Ninguém jamais se olhou dessa maneira – por tanto tempo ou com tanta frequência – e acho que isso está gerando grande parte da demanda”, diz o cirurgião. “Alguns pacientes também buscam diminuir não só os sinais da idade, mas da quarentena em seus rostos, que têm a ver com a aparência cansada e rugas. Eles desejam um efeito ‘antiquarentena’ mais do que antienvelhecimento”.

Queda do turismo de lazer levou ao aumento das cirurgias plásticas

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Devido à pandemia, os viajantes constantes trocaram o passaporte pelo bisturi. No ramo de cirurgias plásticas e procedimentos estéticos, o período de novembro a janeiro esteve mais aquecido, mesmo com as recomendações de isolamento social, com aumento da procura por cirurgias plásticas, o que elucida que o turismo de lazer foi trocado pela melhora da autoestima e qualidade de vida.

“Mesmo com a vacina, ainda há certa indefinição de quando se poderá voltar a viajar normalmente pelo mundo todo, então muitas pessoas decidiram por fazer cirurgias plásticas”, explica o Dr. Paolo. Esse fenômeno é mundial e também é explicado por muitas pessoas que conseguiram manter uma renda estável. “Acho que muitas pessoas percebem que [por meses] não fizeram compras, não tiraram férias, não foram jantar com os amigos. E quando eles pensam em todo o dinheiro que economizaram, há um pouco menos de culpa associada a gastar em procedimentos. Eles buscam isso como uma forma de realização pessoal e para ter algum prazer”, diz o médico.

Procura por resultados definitivos

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Parte dessa atitude de agir agora e correr às clínicas surge da incerteza com o futuro, já que mesmo com a vacina, não sabemos até quando teremos que suportar até voltar à normalidade. “Por esse motivo, as pessoas querem trocar as manutenções constantes de injetáveis, que perdem efeito com o passar do tempo, por resultados duradouros em cirurgia plástica. A rinoplastia, blefaroplastia e cirurgia do mento (queixo) são as mais procuradas”, afirma o Dr. Paolo. “Hoje, com as técnicas cada vez mais aprimoradas, é possível conquistar resultados importantes e naturais, que realcem a beleza do paciente sem exageros. O que essa moda de harmonização facial mostrou nos últimos anos é justamente que os injetáveis, mesmo sendo técnicas não invasivas, podem deixar os resultados artificiais e exagerados, quando aplicados de maneira incorreta. Isso deixou as pessoas mais confortáveis com a cirurgia plástica”, completa.

Busca maior por autocuidado e conforto

Segundo o Dr. Paolo, essa “epidemia global” de procura por procedimentos plásticos invasivos é uma forma de recuperar algum controle, pelo menos sobre a aparência, em uma época de terríveis incertezas a respeito do futuro. “Muitos estão confinados em casa, com muitas dificuldades de lazer e impossibilitados de viajar”, diz o médico. Para alguns, pode parecer bobagem se envolver em buscas superficiais durante uma pandemia, mas há muitos motivos para isso. “Sabemos há muito tempo através de relatos de pacientes que procedimentos estéticos podem melhorar nossa autoestima, com maior confiança e qualidade de vida”, observa. E quem não precisa de um pequeno estímulo agora? Durante a quarentena também aumentou a busca pelo autocuidado e agora as pessoas estão “alocando recursos e tempo para cuidar de si mesmas e priorizando coisas que podem ter deixado de lado até então”, diz o médico.

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Possibilidade do home office

Embora a pandemia dificilmente se qualifique como férias, ela, ao exigir trabalho de casa, sem querer garantiu um período glorioso para a recuperação sem precisar de afastamento e sem que as pessoas saibam do procedimento”, diz o Dr. Paolo. Além disso, as máscaras faciais necessárias nesse período podem perfeitamente esconder curativos, inchaço e olheiras.

Saiba mais sobre as cirurgias faciais mais procuradas

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O maior destaque continua sendo a rinoplastia, que no pico da pandemia apresentou aumento vertiginoso de buscas no Google (4800%). “Os hospitais seguem um protocolo muito rigoroso para evitar o contágio por Covid-19, inclusive testando os pacientes e a equipe responsável pela cirurgia”, diz o cirurgião. E como há novidades menos traumáticas, como a Rinoplastia Ultrassônica, os pacientes estão buscando mais esse tipo de procedimento. “O procedimento visa tratar a parte óssea do nariz através de um aparelho que, por meio de vibrações, permite ao cirurgião realizar a fratura nasal necessária para o procedimento de forma menos traumática”, diz o médico.

Cirurgias para projeção ou diminuição do queixo (mentoplastia) ou para pálpebras caídas (blefaroplastia) também estão impulsionando essa nova demanda. “A mentoplastia visa tratar o desequilíbrio entre o tamanho do terço médio e do terço inferior da face através da manipulação das estruturas que compõem o queixo”, afirma o cirurgião.

A cirurgia de blefaroplastia, por sua vez, tem como objetivo remover o excesso de pele e gordura palpebral que surge devido ao processo de envelhecimento. Indicada também para fins funcionais, visto que a flacidez excessiva das pálpebras pode atrapalhar a visão de algumas pessoas, o procedimento retira o excesso de pele e bolsas de gordura presentes nas pálpebras superiores e inferiores, com a possibilidade do reposicionamento dessas estruturas ou preenchimento de sulcos na região quando o médico julgar necessário.

“Feita sob anestesia local com sedação ou geral, a cirurgia, que dura entre uma e duas horas, também pode ser realizada em conjunto ao lifting do terço superior da face, quando o excesso de tecido nas pálpebras é causado também pela queda dos supercílios”, explica o médico. De acordo com o especialista, a recuperação do procedimento é tranquila e indolor, sendo que nos primeiros dias após a cirurgia o paciente pode apresentar inchaço e hematomas no local, sintomas que se resolvem dentro de algumas semanas e podem ser aliviados com a ajuda de repouso e compressas frias sobre os olhos.

Apesar de todas essas facilidades e do momento propício, o médico enfatiza que é importante, antes de optar por um procedimento cirúrgico, conversar com um cirurgião plástico especialista para a indicação correta do melhor tratamento para o seu caso e a explicação de todo o processo de recuperação.


FONTE:

DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico é especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, com o Dr Bahman Guyuron (em Cleveland – EUA) e em Rinoplastia Estética e Reparadora, pela mesma Universidade e pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. http://drpaolorubez.com.br/