Na coluna desta semana, Dr. Guilherme Corradi falou sobre os cronotipos, que, individualmente, caracterizam nosso ritmo diário, principalmente ao acordar e ao dormir
Quem nunca escutou que “Deus ajuda quem cedo madruga”? O senso comum no imaginário popular dita que acordar cedo é sinônimo de produtividade, mas, na prática, não é bem assim. Muitas pessoas que acordam às 6h da manhã e começam a trabalhar às 8h só sentem serem produtivas a partir das 11h, por mais que estejam acostumadas a iniciar o dia cedo e tenham tido uma noite de sono revigorante, o pico de energia só vem mais tarde no dia. E existe um motivo para isso.
O nosso corpo funciona à base de ciclos de 24 horas, chamados ritmos circadianos, e é a sincronia desses ciclos que formam o cronotipo de cada indivíduo. O cronotipo pode ser definido como a predisposição biológica de um organismo a sentir picos de energia ou cansaço, em determinado horário do dia.
Apesar de os ritmos circadianos envolverem aspectos como a alimentação e o metabolismo, o que mais se relaciona aos cronotipos é o ciclo da melatonina, hormônio que induz ao sono, que alcança o pico a cada 24 horas.
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Diurno: Esta pessoa normalmente dorme entre 22h e 6h da manhã, pois alcança o pico de melatonina antes da meia-noite. Costuma ser mais produtivo nas primeiras horas após acordar.
Noturno: É a pessoa que, se puder escolher, dorme até meio-dia, pois só alcança o pico de melatonina às 6 horas da manhã. Entregam mais rendimento a noite.
Intermediário: Nem acorda muito cedo, nem dorme tardiamente. O pico de melatonina ocorre aproximadamente às 3 da manhã. É mais flexível quanto ao horário de maior produtividade.
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Segundo uma pesquisa do site Persono, que analisou os cronotipos mais comuns na população brasileira, 40% da população é intermediária, 30% noturna e 30% de diurna. Estudos recentes propõem a adição de mais dois cronotipos, o moderadamente diurno e moderadamente noturno, ramificações do intermediário.
E qual é a importância de saber o seu cronotipo? Um estilo de vida saudável engloba alimentação regrada, exercícios físicos e, igualmente importante, a qualidade do sono. Quem dorme mal tem tendência a desacelerar o
metabolismo, desenvolver hipertensão, diabete, distúrbios mentais e de memória. Ao saber o seu cronotipo, a pessoa ganha uma chance de programar o dia conforme seu pico de melatonina, ganhando mais qualidade no sono e produtividade ao determinar tarefas mais difíceis ou demoradas para o seu horário mais produtivo.
Sobre Dr. Guilherme Corradi: Praticante, prescritor e influenciador de um estilo de vida saudável, eu sou Guilherme Corradi, médico há 15 anos e especialista em Medicina do Esporte com pós-graduação em dermatologia, tricologia, nutrologia e medicina do estilo de vida. Foi exercendo a medicina que encontrei a verdadeira paixão em potencializar a saúde, prevenir e reverter doenças. Sou o único médico brasileiro membro da ELMO – European Lifestyle Medicine Organization.
