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Castigos: desenvolvimento infantil pode ser afetado por conta de punições

A missão de educar uma criança, com certeza, não é fácil. Mas nem sempre puni-las por algo errado é a melhor forma de ensinar; educadora parental explica como castigos podem afetar seu desenvolvimento

A missão de educar uma criança, com certeza, não é fácil. Mas nem sempre puni-las por algo errado é a melhor forma de ensinar; educadora parental explica como castigos podem afetar seu desenvolvimento
Crianças tendem a ser mais repulsivas, quando punidas frequentemente – Freepik

Um dos maiores desafios da maternidade/paternidade é saber estabelecer os limites entre certo e errado. Muitas vezes as crianças colocam a prova ações que cometemos no nosso dia a dia que nem sempre são certas, mas que acabam refletindo na forma como vivemos. Em meio a uma vida conturbada, então, muitas vezes pais e responsáveis acabam encontrando nas punições, os famosos castigos, a melhor forma de educar seus filhos.

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No entanto, você sabia que, ao receber um castigo ou uma ameaça por algum comportamento inadequado, a criança pode acabar tendo seu desenvolvimento afetado? Além disso, ela ainda pode agir por medo e coação, indo contra a proposta de entender o seu comportamento e melhorá-lo.

“O castigo pode funcionar a curto prazo, já que interrompem de imediato o que a criança estava fazendo, mas a longo prazo não funciona, pois não tratará das necessidades e sentimentos por trás do ocorrido”, explica a Educadora Parental, Paloma Silveira Baumgart.

Segundo a especialista, mesmo parecendo difícil, a paciência, a empatia e, principalmente, a conversa são a melhor opção para esses momentos. “A conversa pode não parecer ter um efeito momentâneo, mas tudo está sendo gravado e assimilado pela criança, quanto mais falarmos e darmos exemplos, mais elas aprenderão“, comenta.

“Uma boa solução para esses casos é a ‘Causa e Consequência’, caracterizada por avisar antecipadamente o que irá acontecer caso algo não seja cumprido. Como, por exemplo, ‘Eu já falei algumas vezes para você não pular no sofá, caso você pule mais uma vez, vamos ter que ir embora daqui’. É importante falar e fazer caso seja necessário”, revela.

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Como castigos podem afetar o desenvolvimento infantil?

A educadora ainda explica que, geralmente, crianças educadas através de castigos demonstram um comportamento onde apenas agem de forma correta quando estão sendo observadas por alguém. Elas acabam, então, muitas vezes não se sentindo responsáveis por suas ações. “A punição convida os filhos à rebelião e não a colaboração. Desperta sentimentos como medo, raiva e vingança ao invés de respeito e empatia. Os hormônios do estresse, como cortisol e adrenalina, aumentam e isso diminui a capacidade de foco e concentração da criança”, complementa.

Paloma, por fim, revela que as crianças aprendem através de exemplos. Por isso, são reflexo daqueles com quem convivem e se, independente do motivo, seus pais gritam, são agressivos ou punitivos, elas tendem a acreditar que aquilo é o efetivo.

Desse modo, o ideal é ensinar de forma que a criança compreenda, mas ainda assim estabelecendo limites, sem qualquer ameaça ou castigos: “Muita gente confunde a disciplina positiva com a permissividade, mas é bem diferente, pois não deixamos a criança fazer o que quer e sim as direcionamos, mas sem ser punitivo. Sendo assim, a criança desenvolve o autocontrole e o autoconhecimento. Ensinamos às crianças habilidades sociais e interpessoais, como empatia e segurança, atendendo às crianças de forma consistente e amorosa“, finaliza.

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