Segundo o levantamento, realizado entre 23 de dezembro do ano passado e 8 de janeiro deste ano, 50% das mil pessoas entrevistadas no Brasil disseram sentir solidão “muitas vezes”, “frequentemente” ou “sempre”.
O percentual é o maior entre todas as populações ouvidas pela pesquisa, feita pelo instituto Ipsos. Em segundo lugar vieram os turcos, com 46%, seguido pelos indianos (43%) e pelos sauditas (43%).
E, na outra ponta do ranking, os holandeses são o povo que menos sofre de solidão (15%), seguidos pelos japoneses (16%) e poloneses (23%).
“O brasileiro sofreu demais na pandemia. Os números assustadores de contágio e de mortes, um dos piores índices do mundo, e o longo período de quarentena, ajudam a explicar esse sentimento”, explicou Marcos Calliari, presidente da Ipsos no Brasil, à BBC News Brasil.
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“Houve também muita turbulência em relação às informações e procedimentos sobre a pandemia. As pessoas ficaram e estão muito confusas e tristes sobre isso”, acrescentou Calliari.
Também, Marcos citou outro ponto que pode ter influenciado o resultado no Brasil: o período de festas de fim de ano, momento em que parte da pesquisa foi realizada. “O brasileiro é um povo bastante gregário. Gosta de estar com a família no Natal e no Ano-Novo. Como vivemos um período de distanciamento social, muita gente se sentiu sozinha nesse período”, explicou.
Para ele, o futuro próximo também não deve mudar os índices. “Vivemos o pior momento da pandemia. E a tendência é que o sentimento de solidão aumente e, somado à ansiedade e tristeza, isso pode causar problemas sérios de saúde mental no futuro”, disse.