Absorvente diário: toda mulher precisa usar? 5 mitos e verdades sobre a vulva e a menstruação

Ginecologista e obstetra Ana Carolina Delazia Albuquerque Santana esclarece afirmações que toda mulher precisa entender

5 mitos e verdades sobre a vulva e a menstruação – Freepik/ wayhomestudio

A sexualidade feminina ainda é um dos maiores tabus da nossa sociedade. Muitos conceitos enraizados herdados pelo modelo patriarcal, no qual as mulheres não tinham voz e não podiam exercer sua vontade, estabeleceram estigmas sobre o corpo da mulher, vulva e a menstruação, e como consequência, o conhecimento sobre a vagina foi prejudicado.

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A ginecologista e obstetra Ana Carolina Delazia Albuquerque Santana, especializada em patologias vulvares e vaginais (PTGI), pontua sobre a necessidade de aprender mais. “Conhecer o corpo é uma etapa importante do autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, importante para que as mulheres entendam mais as suas necessidades e o que faz bem ou mal para a sua saúde intima”, explica a especialista.

Para desmistificar as informações que se têm sobre a vulva, a ginecologista listou 5 mitos e verdades sobre a região vaginal.

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1.      Vulva e vagina são órgãos diferentes:  VERDADE.

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A vulva e vagina são órgãos diferentes. Os dois compõem parte do sistema reprodutor feminino, porém cada um tem sua função e particularidade. A vulva é a parte externa do órgão genital feminino, onde fica o clitóris, os pequenos e os grandes lábios, o púbis e a entrada da vagina chamada de intróito vaginal. Já a vagina é a parte interna, o canal que liga a vulva ao colo do útero.

2.       Existe um “modelo ideal” de vulva. MITO.

Vivemos um momento chamado de “barbierização” do órgão genital feminino, ou seja, a vulva ideal é aquela igual à da Barbie (púbis gordinhos pequenos lábios quase não visíveis e clitóris pequenas). Esse é um mito totalmente equivocado. Cada vulva é única. Não existe um tamanho, padrão, cor ideal ou certo. Assim como nós mulheres, cada vulva é única! 

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3.      Menstruação não cheira mal. VERDADE.

A menstruação não cheira mal, tem apenas cheiro de sangue. O que causa o odor ruim é o contato com o absorvente tradicional, que é feito com até 90% de plástico. Além disso, ele também pode conter Cloro, Fragrâncias e Corantes que liberam um tipo de gás irritante da mucosa vaginal. Como os absorventes tradicionais são feitos de plástico, eles não permitem a passagem do ar, tornando o local abafado, quente e úmido, o que propicia a proliferação de fungos e bactérias, responsáveis pelo mau cheiro na menstruação.

Para evitar esse problema, aposte nos absorventes orgânicos, que são feitos 100% de algodão, sem plásticos e sem toxinas agressivas para o corpo da mulher.

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4.       Toda mulher tem que usar absorvente diário! MITO.

O absorvente diário deve ser usado quando necessário, pois o uso dos chamados protetores diários pode predispor a uma maior umidade na pele do períneo, o que pode acarretar mais secreção vaginal e mais infecções por fungos. Vale ressaltar também que absorventes de fibras sintéticas como o plástico ou feitos de materiais que não permitem uma boa ventilação são super prejudiciais para a saúde vulvar.  A região íntima também precisa “respirar”. Por isso, prefira calcinhas e absorventes com fundo de algodão e sem toxinas agressivas ao corpo, que deixam a vulva e vagina mais arejadas e tente dormir sem calcinha.

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5.      O fluxo menstrual não precisa seguir períodos. VERDADE.

Muitos absorventes dividem o fluxo menstrual por períodos, como o dia e a noite. Mas o fluxo da mulher não precisa seguir uma regra. O fluxo menstrual varia muito de mulher para mulher e pode mudar durante a vida, conforme a idade, não existe um padrão. Podemos separar o fluxo menstrual em três categorias: leve, moderado e intenso. Um ciclo leve normalmente tem um dia com um fluxo mais intenso (em geral o primeiro ou segundo dia da menstruação) e outros dois mais leves. Para quem tem um fluxo menstrual de moderado a intenso, a quantidade de perda sanguínea não diminui com o passar dos dias, podendo manter-se intensa de 5 a 6 dias.

Editora Viva Saúde