Ao ver a foto de uma celebridade ou influencer com o rosto coberto por um líquido vermelho similar ao sangue é provável que você imagine que se trata de uma maquiagem de halloween fora de época. Mas, por incrível que pareça, essa é uma técnica de rejuvenescimento facial conhecida como Vampire Facial que tem se tornado tendência em países como Estados Unidos e, principalmente, Coreia do Sul, onde, nos últimos meses, os tratamentos com PRP foram muito procurados por serem uma alternativa aos preenchimentos injetáveis.
“O que vem sendo chamado de Vampire Facial nada mais é que a técnica já conhecida como Plasma Rico em Plaquetas (PRP). O nome que remete aos vampiros vem do fato do procedimento utilizar o sangue retirado do próprio paciente, que, após ser devidamente tratado, é aplicado de forma tópica ou injetável para rejuvenescer a pele, combater rugas e linhas de expressão, diminuir a flacidez e conferir luminosidade à pele”, afirma a dermatologista Dra. Patrícia Mafra, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Na verdade, de acordo com a especialista, o PRP, ou Vampire Facial, não utiliza exatamente o sangue do paciente, mas sim um de seus componentes: o plasma. “Antes do procedimento propriamente dito é retirada uma pequena quantidade de sangue de uma veia do paciente, da mesma forma que quando realizamos exames. Esse material coletado passa por um processo de tratamento específico, ao ser inserido em uma centrífuga que separa o plasma do sangue”, afirma a médica.
“O plasma concentra uma grande quantidade de plaquetas que, por sua vez, são ricas em fatores de crescimento. Ao serem reaplicados na área a ser tratada, os fatores de crescimento favorecem a regeneração celular e estimulam a produção das fibras de colágeno e elastina, que são responsáveis por conferir sustentação e elasticidade ao tecido cutâneo. O efeito é uma pele mais elástica, firme, iluminada e uniforme.”
E as possibilidades com o Vampire Facial são inúmeras. Além do plasma poder ser injetado diretamente na pele como se fosse um preenchimento para estimular o colágeno e rejuvenescer, o PRP também pode ser combinado a inúmeras outras técnicas.
“Antes da aplicação do plasma é possível, por exemplo, realizar procedimentos como o microagulhamento, a radiofrequência microagulhada e a microdermoabrasão. Esses tratamentos vão agir abrindo microcanais ou diminuindo a espessura do tecido cutâneo para fazer com que o plasma, que será aplicado topicamente em seguida, penetre de forma mais profunda na pele, o que potencializa sua eficácia”, afirma a médica. Na Coreia, os tratamentos com PRP também vêm sendo combinados à aplicação de toxina botulínica para máximo rejuvenescimento.
Apesar de eficaz, apresentando excelentes resultados, o Vampire Facial pode causar certo receio em algumas pessoas quanto a sua segurança devido ao fato de utilizar sangue. Mas, ao contrário do que muitos podem pensar, o procedimento é extremamente seguro.
“Por utilizar o material biológico do próprio paciente no lugar de substâncias sintéticas, não existem complicações causadas pela aplicação do plasma em si. O que pode ocorrer é o surgimento de pequenos hematomas no local em que o sangue foi retirado ou onde foram realizadas as aplicações do plasma. Mas essas são adversidades esperadas nesses tipos de procedimento”, diz a dermatologista. “Porém, é importante ressaltar que os procedimentos com PRP não são recomendados para pacientes que sofrem com doenças do sangue, como distúrbios de coagulação e sangramento.”
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Mas, apesar do recente “boom” sobre o novo nome, o Vampire Facial não é exatamente um tratamento novo. “O uso de Plasma Rico em Plaquetas já é utilizado há anos ao redor do mundo em diversas áreas da medicina. E até mesmo na dermatologia a técnica pode ser empregada para diversas finalidades, além do rejuvenescimento da pele, incluindo tratamento de estrias, melhora de cicatrizes, cicatrização de feridas, regeneração da pele e combate à queda capilar. Na minha prática, também realizo a aplicação até mesmo no trato genital, como adjuvante no tratamento dos sinais pós menopausa e para intensificar a sensação de prazer. E o procedimento ainda hoje é alvo de constantes estudos, mostrando-se extremamente promissor”, finaliza a Dra Patrícia Mafra.
FONTE: DRA. PATRÍCIA MAFRA – Dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG), com estágio em Dermatologia pelo Grupo Santa Casa e acompanhamento do Serviço de Ginecologia e Sexologia do Hospital Mater Dei, Dra. Patrícia Mafra é expert em injetáveis e speaker em eventos nacionais e internacionais, palestrando sobre temas ligados à área de atuação. A dermatologista também foi preceptora de Medicina Estética do Instituto Superior de Medicina (ISMD). https://patriciamafra.com.br/