O fato de os xampus infantis não causarem irritações aos olhos de crianças e bebês passa a impressão de que eles são mais leves e possuem menos químicos. No entanto, conhecer as características do produto ajuda a entender como ele age na limpeza do couro cabeludo e se seu uso é realmente apropriado para adultos.
De acordo com Viviane Coutinho, tricologista e docente da Academia Brasileira de Tricologia (ABT), esse tipo de xampu não é indicado para pessoas na fase adulta.
“O xampu infantil costuma ter pH semelhante ao do couro cabeludo das crianças e o pH das lágrimas (entre 7,0 – 7,5), por isso não arde os olhos. São números bastante maiores do que o pH do fio de cabelo, que é em torno de 4,5, e do couro cabeludo de adultos, em torno de 5,5”, explica.
Assim, o uso de cosméticos com o pH alcalino, como o xampu infantil, tende a abrir mais a cutícula do cabelo. Portanto, há maior exposição do interior do fio à desidratação, tornando-o mais ressecado e quebradiço.
A especialista também chama a atenção para outra característica dessa versão de xampu, que é a ausência de sulfato em sua composição.
“Por não ter sulfato e, como consequência, promover uma limpeza mais suave, esse xampu pode não ser suficiente para remover o excesso de sebo do adulto e isso pode se tornar um grande problema. A oleosidade excessiva é capaz de causar dermatites e até queda de cabelo”, destaca.
A importância de se usar os produtos certos
Para conquistar um cabelo bonito, forte e saudável, é essencial usar produtos indicados para o seu tipo de fio, independentemente se ele for liso, ondulado, cacheado, crespo, seco, oleoso, tingido ou natural.
Além de hidratá-lo com regularidade e repor os nutrientes perdidos, seu cabelo também precisa do xampu ideal. “Comum na nossa rotina de higienização, o melhor shampoo é aquele que realiza a limpeza com eficácia e não resseca os fios. Tente sempre comprar produtos de qualidade”, ressalta Viviane. A partir de um pequeno guia, ela recomenda os xampus ideais para cada caso. Confira!
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Cabelo liso
Por ter uma hidratação natural, não precisa de tanta reposição de nutrientes como outros tipos de cabelo. “O indicado é que você observe no rótulo se o xampu é recomendado para fios grossos ou finos, pois essas classificações podem provocar efeitos diferentes”, aponta.
Cabelo cacheado
Os fios cacheados são mais secos nas pontas e acumulam oleosidade na raiz, já que o sebo não consegue se distribuir igualmente ao longo do fio. “É possível, por exemplo, intercalar um xampu adequado ao tipo de raiz com outro para cabelos secos. Enquanto a primeira fórmula ajudará no tratamento do couro cabeludo, a segunda promoverá brilho, maciez e restauração das madeixas”, observa.
Cabelo crespo
Esse tipo de fio precisa de produtos que sejam hidratantes e evitem problemas como o frizz. “A composição do xampu deve ser muito gentil, contendo quantidades de manteigas vegetais que irão proteger os fios e facilitar o desembaraço durante o pentear. Shampoos com quinoa e queratina são ótimos para isso”, considera.
Cabelo oleoso
No mercado, existem diversas opções de xampus que controlam a oleosidade do couro cabeludo: os com jojoba, chá verde, própolis, arnica e menta são algumas versões indicadas para tratar essa situação.
Segundo a especialista, contudo, vale observar se o produto utilizado está retirando oleosidade demais do cabelo, pois isso pode causar um efeito rebote. “Quando retiramos totalmente a oleosidade, nosso organismo se defende produzindo sebo em maior quantidade”, descreve.
Cabelo com química
Os fios que passaram por processos químicos, seja descoloração, coloração ou alisamento, por exemplo, ficam mais fragilizados. Assim, é muito importante prestar atenção no xampu usado para evitar mais desgaste da fibra capilar e promover um cuidado maior ao cabelo.
“Os xampus devem ser formulados com ceramidas e queratina, para fortalecer os fios, e pantenol, para reduzir o impacto da química sobre a delicada saúde das madeixas”, acrescenta. No caso da troca de cor, a escolha adequada do xampu também garante a manutenção do tom escolhido. “Isso contribui para que a tonalidade se mantenha viva por mais tempo, retardando, assim, o desbotamento”, completa a tricologista.